O desaparecimento do trabalho (sua possível substituição pelas máquinas) Um abreve reflexão…

Para tanto, é importante trazer alguns pontos importantes do desenvolvimento da ciência e da tecnologia ao longo dos anos, e sua influência direta na relação homem-sociedade (nessa estando intrínseca o trabalho), principalmente em vista de sua busca constante por respostas para as diversas questões ligadas ao viver, viver melhor, mais tempo, dominar a vida e a morte. Partindo desse ponto, o homem –tecnologia –ciência se retroalimentam a todo momento.

Historicamente a relação direta entre ciência e tecnologia é um fenômeno recente: “Antes de 1500, ciências e tecnologia eram campos totalmente separados. Quando Bacon associou os dois no início do século XVII foi uma ideia revolucionária. Durante os séculos XVII e XVIII, suas relações se estreitaram, mas não o nó só foi atado no século XIX.” (Harari, 2018 – pag.350) Esse interlaço ocorre quando o homem entende que investir em ciência e tecnologia seriam benéficos para as empresas, para o estado e para a indústria da Guerra.

A história aqui contada não está desempenhando um papel determinista para os fatos, ela não pode ser prevista porque é caótica. Sobre essa afirmação, segundo Harari: “…tantas forças estão em ação, e suas interações são tão complexas, que variações extremamente pequenas na intensidade dessas forças e na maneira como interagem produzem diferenças gigantescas no resultado. “A história pode ser chamada de sistema caótico nível 2 (os sistemas caóticos tem dois níveis, o I e o II, o I é aquele que não reage a previsões a seu respeito, por exemplo, o clima. O II é aquele que reage às previsões realizadas, por exemplo, quando é dada a notícia da previsão de aumento no petróleo em suas refinarias, os donos de postos de gasolina se aproveitam da notícia e já aumentam o produto final, comprado ele num valor menor hoje, no entanto, esse valor não altera porque o presidente do país, que tem o poder de veto, não autoriza o reajuste. O que pode acontecer então, ninguém sabe. As revoluções também não são previsíveis, senão, não seriam revoluções. A teoria do caos não é algo novo, apenas para contextualizar: “Este método foi utilizado por Einstein e Paul Langevin no início do século XX para compreender o Movimento Browniano (é o movimento aleatório das partículas suspensas num fluido (líquido ou gás), resultante da sua colisão com átomos rápidos ou moléculas no gás ou líquido. O termo “movimento Browniano” também pode se referir ao modelo matemático usado para descrever tais movimentos aleatórios, que muitas vezes é chamado de teoria da partícula.”

  Portanto, chegando ao ponto da relação homem-trabalho e tecnologia, essa tríade inevitável, está inserida num contexto sócio-econômico-cultural que vem sofrendo influência ao longo da história, história contada por pontos de vista diferentes, como visto acima, pensando dessa forma essa relação está sendo construída, está sendo escrita, mas diversos estudiosos tentam trazer luz a esse tema e analisam essa relação ao longo dos séculos para tentar contextualizar e “prever” qual caminho seguir.

Concomitante à tecnologia no mundo do trabalho, faz-se necessário salientar que a relação homem trabalho vem sofrendo grandes modificações, impulsionado pelas mudanças da sociedade, pela globalização de informações, pela busca da relação saudável do homem consigo próprio, com o meio ambiente e com o meio social. Para tanto os autores Gretchen M. Spreitzer, Lindsey Cameron e Lyndon Garret,  vão dar o nome de “arranjos alternativos de trabalho”(…) usamos o termo arranjos alternativos de trabalho para capturar a variedade de diferentes manifestações de trabalho vistas no local de trabalho de hoje – de freelancers de alta habilidade que optaram por não ser empregados para ter maior flexibilidade de vida, para os trabalhadores de serviços de baixos salários que estão de plantão por horas de trabalho imprevisíveis e quase incapazes de ganhar a vida, para trabalhadores com contratos de trabalho de longo prazo, mas que trabalham onde querem quando querem. Todos esses diferentes tipos de arranjos de trabalho – e mais – podem ser melhor capturados com nosso termo arranjos alternativos de trabalho.”

A economia globalizada impulsiona a necessidade de ganho imediato, fazendo com que as pessoas sintam-se mais seguras para desenvolverem seus trabalhos com ideais mais imediatistas, satisfazendo suas necessidades no curto prazo. “Em uma economia global onde os resultados financeiros de curto prazo impulsionam a tomada de decisões, as empresas buscam flexibilidade através do emprego à vontade para atender à demanda variável – às vezes chamada de força de trabalho sob demanda ou economia aberta de talentos” Gretchen M. Spreitzer, Lindsey Cameron e Lyndon Garret. Com isso os trabalhadores sentem-se responsáveis por seus ganhos e livres para buscar várias fontes de renda.

A tecnologia vai eliminar muitas funções que hoje empregam milhões de pessoas, principalmente a grande massa das populações que são menos capacitadas tecnicamente. Essa é a previsão, mas lembra-se da teoria do Caos? Pois bem, essa projeção pertence ao caos nível 2. É fato que a tecnologia chegou, para o bem e para o mau ela está instalada, sacramentada, aceita. O que fazer? De quem é a responsabilidade de fazer algo a partir dessa projeção? Pois bem, é nossa. De cada um de nós, pois, segundo alguns estudiosos e gestores de pessoas de grandes companhias, a adaptalidade será a competência mais importante para o talento do futuro, não aquela no sentido de se acomodar, mas aquela que fará do próprio ser humano sua própria marca, ele será o produto e venderá suas capacidades para quem e qual empresa precisar. Ele terá combinação de várias atividades remuneradas, todas baseadas em seus conhecimentos e experiências.

Portanto, o profissional adaptável, usará seus talentos e conhecimentos para desempenhar suas atividades e será no lugar e tempo que considerar melhor, o importante será a entrega do projeto no prazo e de acordo com o acordado.

Para esses milhões que poderão perder seus empregos, ainda teremos atividades de produção, muito provável em outro formato, por exemplo, polidor de robôs, reciclador de lixo espacial.

Ou teremos uma drástica diminuição da população na Terra?

A verdade é que tudo isso é previsão, o que temos no hoje são algumas realidades, uma delas é que para atuar nesse novo cenário do trabalho, devemos ter cada vez mais capacidade criativa, de inovação, de administração e gestão de conflitos, pois as mudanças geram conflitos e exigem criatividade para lidar com problemas que se apresentam a todo momento.

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